A luta de pesquisadores brasileiros contra o câncer ganha uma nova arma. Com eficácia comprovada de até 80% no combate à expansão da doença em portadores de melanoma (câncer de pele) e carcinoma renal (câncer de rim), a Hybricell - produzida pela Genoa – faz parte do primeiro tratamento médico contra o câncer baseado em vacina a ser disponibilizado no País. O procedimento foi liberado pela Anvisa.
Sem efeitos colaterais expressivos, o procedimento tem como princípio ativar as defesas imunológicas dos pacientes contra as células do câncer. A vacina é produzida a partir de células do tumor do paciente e de células dendríticas - responsáveis pela apresentação de agentes nocivos às células de defesa do organismo de pessoas saudáveis. Aplicada após a retirada do tumor, em seu estágio inicial, a vacina pode dificultar o seu retorno e ser um preventivo eficaz à ocorrência de metástases.
Após 10 anos de estudos, em sua fase experimental, a vacina foi testada em pacientes com câncer já em estágio avançado, com a presença de metástases, o mais grave da doença. Nessa fase, a enfermidade se espalha pelo organismo.
Durante a pesquisa clínica, a Hybricell foi testada em trinta e cinco pacientes, entre março de 2001 e março de 2003. Treze pacientes tinham melanoma e vinte e dois apresentavam carcinoma renal. Logo após a primeira dose, dois pacientes com melanoma e três com carcinoma renal mostraram uma resposta positiva imediata e não chegaram a receber a terceira dose da vacina. Todos os demais receberam pelo menos as três doses planejadas. Ao fim da avaliação, o tratamento conseguiu, pelos menos, estabilizar a doença em 24 pessoas, das 31 remanescentes.
Responsável pelo estudo, José Alexandre M. Barbuto, professor doutor do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo e consultor da divisão de Vacinas e culturas de células do Grupo Genoa, destaca o fato da Hybricell “conseguiu obter seus resultados clínicos sem provocar efeitos colaterais adversos significativos”.
Embora o pesquisador considere que o protocolo não tenha sido desenhado para detectar esta resposta, ele informa que “a vacinação parece ter sido capaz de aumentar a sobrevida dos pacientes, em alguns casos passando de 6 para mais de 22 meses”.
Para Barbuto, a Hybricell é uma aliada que traz um diferencial. “A vacina recruta para o combate à doença elementos de defesa do organismo que outras formas de tratamento não conseguem. Em estudos paralelos, a Hybricell vem demonstrando resultados promissores em pacientes com outros tipos de câncer”, ressalta o pesquisador.
Presidente da Sociedade Paulista de Oncologia Clínica e diretora do Instituto Avanços em Medicina, a imunologista e oncologista Nise Hitomi Yamaguchi vê a utilização da vacina como um instrumento promissor na luta contra o câncer. “É uma técnica inovadora, que eu vejo com bons olhos”.
Para a Dra. Nize, o desenvolvimento da vacina no Brasil também representa um avanço da ciência no País. “É motivo de grande orgulho nacional. Os pesquisadores envolvidos no trabalho são referência mundial sobre o assunto”.
A Hybricell foi aprovada pela a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como procedimento adjuvante no tratamento do câncer de pele e rim, após a conclusão do trabalho científico demonstrando sua eficácia.
A vacina só pode ser prescrita por um oncologista, que poderá também ser responsável pela aplicação e monitoramento dos pacientes e suas respostas ao tratamento.
Grupo Genoa - Criada pelo staff do Laboratório de Patologia Cirúrgica e Molecular do Hospital Sírio Libanês, a Genoa Diagnósticos foi, em 1992, o primeiro laboratório privado no País a desenvolver a área de Biologia Molecular.
Hoje, com 31 pesquisadores vindos de conceituadas instituições científicas no Brasil, EUA e Europa - 90% deles com nível Ph.D -, o Grupo Genoa desenvolve trabalhos em biotecnologia em áreas diversas.
Em sua Divisão Médica, a Genoa disponibiliza uma série de testes e pesquisas diagnósticas em diversas patologias. Na Divisão Veterinária, oferece pesquisa sobre vírus, parasitas e testes genéticos. A Divisão Agrícola se concentra em pesquisa e identificação de fitopatógenos.Para auxiliar as pesquisas em saúde, o laboratório mantém um banco de tumores com mais de 1.000 espécimens, o que possibilita desenvolver pesquisas direcionadas a uma ampla gama de patologias.
Custo médio da dose: R$3.018,00 para São Paulo, Capital e R$3.330,10 para interior de São Paulo e outros Estados.
Fonte: José Gonçalves Neto, Edna Vairoletti e Sergio Ignácio
Fonte: www.bemstar.ig.br
Maiores informações no site: www.vacinacontraocancer.com.br
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