NOVA YORK - As refeições vêm uma vez por dia, de segunda a sexta-feira, com uma refeição extra congelada para o final de semana. Em um dia o cardápio é bisteca de porco com brócolis e batata. No outro, almôndegas e macarrão.
Para Marge Marcone, que mora na seção Fordham do Bronx, a campainha indicando a chegada da comida é normalmente o ponto alto do dia. Ela tem 76 anos, e recentemente, sua condição de saúde tem a mantido em casa.
Ela teve um ataque cardíaco, e sua visão está cada dia pior, deixando-a com medo de usar o fogão. Ela se registrou no programa Meals on Wheels (algo como Refeições sobre Rodas) que leva à sua casa uma refeição quente cinco tardes por semana.
A entrega também é uma dose bem-vinda de socialização para animar sua existência solitária. "Ninguém vem me visitar", afirmou. "Ninguém bate à minha porta. Eu gosto de ter alguém em casa, nem que seja por cinco minutos".
Os idosos confinados como Marcone, talvez a população mais delicada e invisível da cidade, estão apreensivos sobre um novo experimento que chega ao Bronx e pode prenunciar uma remodelação no sistema de entrega de refeições da cidade.
Um programa-piloto de um ano do Departamento para o Envelhecimento da cidade, marcado para começar em julho, está causando um grande debate.
A cidade pretende reduzir o número de entregas, não o número de refeições, para uma porção dos idosos do Bronx para uma ou duas por semana em vez de cinco, dando aos recipientes um estoque de refeições. Dependendo dos resultados, o programa pode ser estendido pela cidade.
O Meals on Wheels, que existe por todo os EUA, alimenta os idosos de Nova York desde 1979. Desde então, o número de refeições servidas cresceu mais de 300%, para cerca de 14.600 por dia.
As projeções são de que o número de pessoas com 85 anos ou mais na cidade vai crescer 28% nos próximos 15 anos, reduzindo os recursos disponíveis para servi-los.
Os opositores do experimento do Bronx temem que o departamento não tenha feito uma avaliação profunda o suficiente dos clientes.
"Esta não é uma população compreendida", disse Bobbie Sackman, diretor de política pública do Council of Senior Centers and Services, um grupo de Nova York, que conversa com as agências que se opõem ao plano.
Sackman teme que quando o experimento começar, ele não possa ser interrompido. "Você tira um serviço, e não consegue retomá-lo".
Repórter N. R. Kleinfield
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