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Avós que vivem muito aumentam
a chance de sobrevivência de netos

Fonte: Folha de S. Paulo - 24.03.2004


Uma pesquisa com populações da Finlândia e do Canadá comprovou a existência do chamado "efeito avó": quanto maior a expectativa de vida de mulheres além da idade reprodutiva, maior é o número de netos que deixam.

A ajuda das avós permite que suas filhas se reproduzam mais cedo, com mais sucesso e com maior freqüência. Em média, a cada dez anos que sobrevivem além dos 50, as avós ganharam dois netos extras.

Ou seja, as avós têm um papel evolutivo importante para o ser humano. Elas não se reproduzem mais, mas são fundamentais para o sucesso reprodutivo das filhas ao ajudar a tomar conta das crianças. E, com isso, deixam mais descendentes e mais genes.

Outra descoberta foi sobre a idade da morte da avó. É mais provável que a avó morra por volta do momento em que suas filhas entram na menopausa, tornando-se elas próprias "avós" e cuidando depois dos bisnetos de suas mães.

O estudo foi feito comparando dados de registros históricos de nascimentos e mortes preservados por igrejas, a luterana na Finlândia e a católica no caso de Québec, Província canadense de fala francesa.

A pesquisa de Mirkka Lahdenperä, da Universidade de Turku, e mais três colegas no Canadá e Reino Unido, foi publicada pela revista científica britânica "Nature" (www.nature.com).

A maioria dos animais continua se reproduzindo até morrer, mas as fêmeas humanas podem sobreviver por muito tempo depois da menopausa, lembram os autores. Isso sempre foi algo misterioso para a biologia.

Segundo a hipótese, a explicação estaria justamente na ajuda que a mãe daria à filha para facilitar que ela tenha seus próprios filhos, indiretamente aumentando seu sucesso reprodutivo.

Um dos traços que distinguem o homem, mesmo de parentes próximos como os chimpanzés, é a grande proporção de fêmeas além da idade reprodutiva. Apenas 3% dos chimpanzés têm mais de 45 anos de idade. Mas mesmo em sociedades humanas em que a expectativa de vida está em torno de 40 anos, cerca de um terço das mulheres têm mais que 45 anos.

Comentando o trabalho de Lahdenperä, Kristen Hawkes, da Universidade de Utah (EUA), lembra que, ao contrário do que possa parecer, o aumento da proporção de pessoas idosas na população não é tanto conseqüência de melhores cuidados em relação a elas, mas sim de redução da mortalidade infanto-juvenil.

A conclusão é extremamente favorável ao papel dos idosos na sociedade: "Em vez de ajuda para os membros mais velhos da população, é a ajuda das avós pós-menopausa que explica a estrutura de idades das sociedades humanas", diz a pesquisadora.

Repórter Ricardo Bonalume Neto


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