A versão preliminar da Quarta Carta de Concertação, documento elaborado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social que resume as discussões mais recentes do grupo, critica a condução das reformas pela falta de esclarecimento à sociedade sobre as propostas do governo para a Previdência. O texto apóia redução de tetos salariais do funcionalismo público, mas não arrisca uma posição sobre mudanças polêmicas, como a contribuição dos inativos.
"Não houve um ampla mobilização da sociedade civil na defesa da extinção de privilégios, o que mostrou uma conexão política insuficiente do governo com a ampla maioria dos interessados em mudar o status quo da Previdência Social no país", diz o item 12 desta primeira versão. No mesmo trecho, afirma que "as forças organizadas da sociedade civil não estão devidamente informadas e constroem suas opiniões principalmente a partir dos juízos emitidos pelas corporações sobre as reformas".
O texto considera "legítimas" as "demandas corporativas", mas ataca os altos salários do serviço público, falando em "tetos exorbitantes e absolutamente incompatíveis com o grau de pobreza existente no país". Grupo de assessoramento da Presidência da República, o CDES é coordenado pelo ministro Tarso Genro.
Como as outras três Cartas de Concertação, esta terá uma versão final depois de submetida ao pleno do Conselho, formado por 80 conselheiros e 12 ministros. Atualmente, o conselho debate a retomada do crescimento sustentado como fator fundamental para enfrentar a exclusão social.
Repórter Luciana Nunes Leal - Rio de Janeiro
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