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No último fim de semana, o Banco Central do Brasil assumiu o controle
gerencial do Banco Santos, que enfrenta problemas financeiros, naquilo que
foi uma advertência a outros bancos sobre as vulnerabilidades de uma recente
onda expansiva do crédito.
O Banco Central manifestou preocupações quanto à situação financeira do
Banco Santos, especialmente com a deterioração da sua liquidez, e disse que
a instituição infringiu as regulamentações bancárias.
O Banco Santos, que em junho estava em 21º lugar entre os maiores bancos
brasileiros, com um patrimônio de R$ 6,2 bilhões, passou a enfrentar
problemas quando o valor do atraso dos pagamentos da sua carteira de
crédito, que cresce rapidamente, superou as suas reservas. O Banco Central
diz que o Banco Santos precisou de uma injeção de capital de R$ 700 milhões
para continuar operando, caso contrário correria o risco de ir à bancarrota
ou de ter o seu patrimônio liquidado.
É a primeira intervenção do gênero em um banco brasileiro desde 1998.
As autoridades insistem em dizer que não há ameaça alguma ao setor bancário
brasileiro como um todo. "Não existe risco sistêmico. Não estamos falando de
grandes quantias", disse no sábado Paulo Sérgio Cavalheiro, diretor do Banco
Central.
Os 50 maiores bancos brasileiros possuem um patrimônio total de cerca de R$
1,2 trilhão. A maior parte dos principais bancos tem apresentado bons
resultados nos últimos anos e voltou a anunciar lucros recordes no terceiro
trimestre deste ano.
Edemar Cid Ferreira, o acionista principal do Banco Santos, ganhou fama como
colecionador de arte e proprietário de imóveis extravagantes, incluindo a
sua mansão pessoal em São Paulo, cujo valor é estimado em R$ 50 milhões. O seu banco buscou ativamente oportunidades de investimentos na crescente
relação comercial do Brasil com a China.
Ele e os diretores do banco tiveram os seus bens pessoais congelados.
Ferreira disse no fim de semana ao jornal "Folha de S.Paulo" que cooperaria
integralmente com funcionários do Banco Central e admitiu que o Banco Santos
possui problemas de liquidez.
Vânio Aguiar, diretor do departamento de supervisão do Banco Central, foi
nomeado gerente interino do banco.
Tradução: Danilo Fonseca
Fonte:
Raymond Colitt,
em São Paulo
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