Se alguém na sua família tem varizes, cuidado: você também corre o risco de sofrer da doença. Apesar da predisposição genética, alguns hábitos podem ajudar a manter as pernas sadias, sem as veias dilatadas e doloridas. Os exercícios físicos, principalmente a natação, e o uso de meia-calça são algumas das recomendações dos médicos.
Segundo eles, é importante o paciente saber que as varizes são uma doença, não só um problema estético. Por isso,é importante tratar delas mesmo quando pequenas. A incidência maior é entre as mulheres. Segundo Álvaro Razuk, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, cerca de 60% das mulheres com mais de 40 anos têm varizes.
Como elas surgiram? Sedentarismo, muito tempo de pé ou sentado e excesso de peso, entre outros fatores. "Caminhar, andar de bicicleta e hidroginástica são importantes para evitar a doença", diz Razuk. A explicação do benefício do exercício, diz, é simples: a batata da perna faz um bombeamento do sangue, ajudando a levá-lo ao coração.
"É como se fosse um coração na perna, que impede que o sangue fique nos membros inferiores", explica. Os exercícios estimulam a panturrilha e ajudam a circulação.
Já ficar muito tempo parado ou trabalhar demais de pé são riscos para as pernas. "Quem fica sentado por muito tempo deve dar uma volta a cada hora", recomenda Razuk.
O médico José Resende Neto, do Hospital Nove de Julho, por achar que varizes são apenas um problema estético, não faz o tratamento adequado, aumentando cada vez mais as dores e feridas. O tratamento que comprovadamente dá certo, diz Resende Neto, é o cirúrgico.
O uso da cirurgia a laser ainda não é apontada pelos médicos como uma medida eficiente. "Não existem medicamentos que curem as varizes. Eles apenas diminuem os efeitos", diz Resende Neto.
ENTENDA
O que são as varizes
Varizes são dilatações e tortuosidades de veias situadas superficialmente nas pernas. São anti-estéticas, às vezes dolorosas, e podem apresentar complicações, originando manchas ou úlceras, hemorragias, erisipelas e eczemas. Trata-se de uma doença, não apenas de um problema estético.
Incidência
No Brasil, estima-se que a doença ocorra em 35% das pessoas com mais de 15 anos. Calcula-se que uma em cada cinco mulheres e um em cada 15 homens sejam portadores da moléstia, que, além da deformidade estética, pode ser incapacitante, com complicações e seqüelas graves. Cerca de 60% das mulheres com mais de 40 anos têm varizes.
Causas
Trata-se de uma doença hereditária, mas as mulheres têm mais probabilidade de desenvolvê-la. Também correm riscos as pessoas sedentárias, que passam muito tempo sentadas ou de pé. As dilatações acontecem pela dificuldade de o sangue subir dos membros inferiores para o coração.
Sintomas
As principais queixas são: dor tipo "queimação" ou "cansaço"; sensação de as pernas estarem pesadas ou ardendo; edema (inchaço) das pernas, principalmente ao redor do tornozelo, que freqüentemente melhora com a elevação dos membros inferiores e se agrava no fim do dia, quando se permanece por longo tempo em pé ou sentado. Também há piora no calor, nos período próximo ou durante a menstruação e ainda durante a gravidez.
Como evitar
A melhor prevenção é fazer exercícios, como andar de bicicleta, nadar ou, simplesmente, caminhar. Ao se exercitar, os músculos das pernas se contraem e são ativados os mecanismos que favorecem a volta do sangue ao coração, situação não observada nos que se mantêm de pé parados ou mesmo sentados com as pernas imóveis.
Fatores genéticos
Além de problemas relacionados à postura, uma parcela da população nasce com alterações constitucionais nas parede e válvulas das veias que vão sofrer varicosamento, dependendo de fatores desencadeantes que determinam o seu aparecimento.
Gravidez
A gravidez é responsável pelos quadros de varizes, sendo que ela e as menstruações fazem com que a doença seja predominante nas mulheres. Pílulas anticoncepcionais e reposições hormonais, tanto as pílulas quanto os tratamentos para reposição aumentam os riscos de as mulheres terem varizes.
TIPOS DE TRATAMENTO
Cirurgia: A cirurgia é o melhor tratamento para a doença. O procedimento se baseia fundamentalmente na retirada dos segmentos doentes.
Anestesia: Dependendo da quantidade de veias varicosas que precisam ser retiradas, pode ser feita operação com anestesia local, com ou sem sedação, ou anestesia peridural.
Veias retiradas: As veias que são retiradas, por estarem doentes, não colaboram para a circulação, ou seja, não vão fazer falta. Pelo contrário, a retirada causa melhoria na drenagem venosa dos membros inferiores, aliviando sintomas, melhorando a estética e prevenindo as complicações da evolução da doença.
Cirurgia a laser: Sua eficácia ainda não é consenso entre os profissionais da área.
Fonte:EDUARDO VALLIM
do Agora - 12/09/2005
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