Usar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para alavancar os fundos de previdência complementar é uma das propostas defendidas por 80 entidades do mercado financeiro.
"O trabalhador deve ter escolha para aplicar seu FGTS. Por que ele não pode usar o dinheiro para melhorar sua aposentadoria? Não defendemos que o FGTS seja zerado. O governo já permitiu usar parte do fundo para a compra de ações da Petrobras, quando foi necessário capitalizar a empresa", afirma Fernando Pimentel, presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar).
A proposta de uso do FGTS consta do Plano Diretor de Mercado de Capitais e tem o aval de uma das centrais -a Força Sindical. "Defendemos a idéia, desde que haja o uso equilibrado do FGTS", diz Ricardo Patah, responsável pela montagem do ForçaPrev.
Os recursos do FGTS rendem 3% ao ano, mais a TR. "Um dos atrativos para o empregado é a rentabilidade maior. Em média, os planos que têm benefícios definidos pagam a inflação mais 6% ao ano. Em 2004, houve ganhos de até 17% acima da inflação", afirma Pimentel.
Construção protesta
O setor da construção já protesta. "Quem defende essa idéia esquece que o FGTS foi criado para desenvolver o saneamento e a habitação, duas das maiores carências do país. O déficit habitacional é de 7,2 milhões de unidades", diz João Claudio Robusti, presidente do Sinduscon-SP. "No FGTS, o trabalhador sabe o que vai receber. Outros fundos ainda são uma dúvida neste país."
Fonte: Folha de São Paulo DA REPORTAGEM LOCAL
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