O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, admitiu hoje que os empréstimos com desconto direto em folha de pagamento (crédito consignado) pressionam a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic).
O crédito consignado permitiu a milhões de trabalhadores e aposentados obterem empréstimos nos bancos pagando juros menores que a média de mercado mesmo em um ambiente de aperto da política monetária.
O Banco Central elevou os juros básicos nos últimos oito meses, chegando aos atuais 19,5% ao ano. Amanhã, o Copom (Comitê de Política Monetária, do BC) pode promover um novo aumento.
De acordo com analistas de mercado, as altas promovidas pelo BC têm surtido um efeito menor porque a população tem conseguido obter crédito a taxas razoáveis mesmo com o aperto devido justamente à criação dos empréstimos com desconto em folha.
Em fórum realizada na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Palocci afirmou, no entanto, que esse efeito é de curto prazo e será anulado pelos benefícios de médio e longo prazo que serão alcançados com os empréstimos com desconto em folha.
O ministro também tranqüilizou a população e informou que não planeja fazer modificações nesses empréstimos.
Fonte: Folha de São Paulo - FABIANA FUTEMA
|