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A Sociedade e a Terceira Idade
João Roberto D. Azevedo

Adicionado ao site em 09.11.2003


As sociedades ricas, de primeiro mundo, encaram a Terceira Idade de maneira bastante prática e objetiva. O idoso recebe nestas sociedades todos os seus direitos, e têm bem nítidos os seus limites, sendo que em determinados países há clara tendência em aproveitá-lo inclusive profissionalmente.

Infelizmente sociedades pobres como a nossa, tendem a isolar o idoso, não sendo rara a idéia de considerá-lo inútil, um verdadeiro peso morto. A exagerada valorização da juventude, tão própria da sociedade moderna, contribui muito para piorar o conceito de Terceira Idade em nosso meio. A Saúde Pública e a Previdência Social não estão estruturadas para cuidar de maneira eficiente da Terceira Idade.

A pobreza e a miséria colocam grande parte de nossa sociedade muito afastada de qualquer benefício trazido pelo mundo moderno. Tudo isso coloca uma carga muito negativa sobre a Terceira Idade em nosso meio, dificultando muito a sua situação.

A sociedade brasileira ainda não teve tempo de se adaptar às grandes mudanças ocorridas, e o idoso ainda está longe de se sentir integrado a tais mudanças.

A nossa auto-apreciação recebe então influencias das características psicológicas individuais e, evidentemente, das pressões sociais: como se sentir diante de si mesmo, ou diante da apreciação dos outros? Qual a repercussão sobre uma pessoa saudável e ativa, com 75 anos de idade, que se vê absolutamente rejeitada? Se esta situação ocorre em indivíduo já com tendência a ser triste, deprimido que possui poucos conhecimentos sobre suas características psicológicas a resposta a esta pergunta é negativa, com provável piora de seu sofrimento.

Esta mesma situação diante de pessoa que possua espírito alegre gera sem duvida menores repercussões negativas. Se ocorrer uma doença em uma pessoa com tendência à tristeza, esta, sem duvida, irá sofrer muito mais.



 João Roberto D. Azevedo é médico.




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